NOTÍCIAS
25 DE SETEMBRO DE 2023
Profissionais apresentam demandas em nome da defesa do exercício do bom jornalismo
O cenário de crescente violência contra os profissionais que produzem notícias e contra o exercício do jornalismo requer ação coordenada do poder público e da sociedade a fim de que se garanta a liberdade de imprensa, um pilar da democracia. Na manhã desta segunda-feira (25/9), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reuniu quatro palestrantes no Seminário liberdade de imprensa: onde estamos, para onde vamos para análise de episódios recentes de agressões físicas, mortes, assédio judicial e assédio virtual que apontam para a depreciação do fundamental trabalho do repórter.
No painel “A situação da liberdade de imprensa”, mediado pelo coordenador do Fórum Nacional sobre Liberdade de Imprensa do CNJ, conselheiro Mauro Martins, o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Flávio Lara Resende, afirmou que o jornalismo profissional é, atualmente, alvo de estratégia para descredenciar aqueles que se dedicam à tarefa de apresentar uma visão crítica da realidade. “Ações intimidatórias jamais serão o caminho para o aperfeiçoamento da nossa sociedade”, pontuou. O Projeto de Lei 2630/2020, o PL das Fake News, que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. “A Abert defende, para as plataformas digitais, os mesmos deveres aos quais está sujeita a radiodifusão.”
Como reação às invasões aos prédios públicos da Praça dos Três Poderes, no último dia 8 de janeiro, quando 17 profissionais de imprensa sofreram agressões físicas no exercício da profissão, o governo federal instituiu o Observatório da Violência contra Jornalistas e Comunicadores Sociais. “Há muito o que fazer, mas é um primeiro passo para garantir resposta”, argumentou o secretário Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, Augusto de Arruda Botelho. A estratégia básica de reunir representantes de todas as instituições que podem lidar com a proteção à liberdade de imprensa fez com que o grupo inicial, com 38 representantes, chegasse hoje aos mais de 50 integrantes.
Celeridade e impunidade
“Informação de qualidade, produzida localmente, por meio do testemunho, do contato com as fontes, com a verificação das informações, dos fatos, é algo fundamental, inclusive ante essa disputa global que precisamos travar em defesa do meio ambiente”, explicou a jornalista Bia Barbosa, que representa no Brasil a organização internacional de defesa da liberdade de informação e de imprensa Repórteres Sem Fronteiras, fundada em 1980, na França. “Falta apoio ou política pública para o sustento e o exercício perene de um trabalho que é essencial, por exemplo, para o enfrentamento da emergência climática.”
Na última década, segundo a Repórteres Sem Fronteiras, 30 jornalistas perderam a vida no Brasil como consequência do seu trabalho, o que faz do país o segundo mais letal da América Latina, a pior região do mundo para o exercício da profissão. O cenário justificou a preparação de lista com recomendações: as autoridades públicas devem se abster de fazer discursos ofensivos e estigmatizantes; as investigações das agressões devem ser céleres para combater a sensação de impunidade; é preciso estratégia para o enfrentamento dos abusos que caracterizam o assédio judicial; por fim, é o Programa de Proteção a Defensores dos Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas demanda apoio.
Para quem labuta no dia a dia da produção de notícias, a disputa é a do método contra o vale-tudo, sem regras, sem limites, sem checagem, sem cuidado. “A novidade, que nos ataca, é um sistema novo de imprensa que não lida com os fatos e que força a deterioração do jornalismo em nome da atratibilidade, para que não se fique anônimo”, comentou, durante o painel, o diretor regional de Jornalismo da rede de televisão SBT, Luiz Alberto Weber. “É um enviesamento, a recompensa pelo não fato, que resulta, contra o jornalismo, em assédio, violência física e violência de algoritmo, de plataforma, um contexto que torna o nosso dever, a nossa missão de lidar com os fatos, anticompetitivo.”
Reveja o evento no canal do CNJ no YouTube
Texto: Luís Cláudio Cicci
Edição: Thaís Cieglinski
Agência CNJ de Notícias
The post Profissionais apresentam demandas em nome da defesa do exercício do bom jornalismo appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
14 DE SETEMBRO DE 2023
Especialistas detalham técnica de pesquisa para levantamento de opinião coletiva
O uso da técnica do grupo focal em pesquisas qualitativas em direito foi o assunto do seminário “Como fazer...
Portal CNJ
14 DE SETEMBRO DE 2023
Conselheiros do CNJ realizam visita institucional à Ouvidoria da Mulher do tribunal gaúcho
Os conselheiros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Mauro Martins e Salise Sanchotene realizaram uma visita...
Portal CNJ
14 DE SETEMBRO DE 2023
Seminário comemorativo apresenta resultados de quatro anos do Pacto pela Primeira Infância
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza o Seminário Comemorativo dos 4 anos do Pacto Nacional pela Primeira...
Portal CNJ
14 DE SETEMBRO DE 2023
Fonape: raça e gênero e trajetória das alternativas penais abrem segundo dia
O chamado para iniciar uma nova etapa nas políticas de alternativas penais no Brasil, com ênfase na qualificação...
Portal CNJ
14 DE SETEMBRO DE 2023
Na Bahia, Semana da Execução Trabalhista terá 4.644 audiências e três leilões
Três leilões e 4.644 audiências estão programados para a 13ª Semana Nacional da Execução Trabalhista no...