NOTÍCIAS
24 DE NOVEMBRO DE 2023
Especialistas debatem futuro e dilemas éticos da judicialização na saúde suplementar
O futuro da saúde suplementar no Brasil foi discutido por operadores da Justiça e representantes do segmento em um dos dois painéis que compuseram a programação da tarde do primeiro dia do II Congresso do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde (Fonajus). O evento acontece desde a quinta-feira (23/11) e é promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), em Foz do Iguaçu (PR).
A composição do painel contou com três temas: O futuro da saúde suplementar; Atualização do rol de procedimentos; e Dilemas éticos na judicialização da saúde no Brasil. No primeiro momento, os palestrantes defenderam a atuação dos planos de saúde e alguns dos problemas enfrentados, bem como a contribuição do segmento para a evolução da saúde no Brasil.
Entre os pontos destacados pelo superintendente jurídico e de regulação da Unimed Brasil, Daniel Januzzi, estava a manutenção de diálogo institucional, habitual e ostensivo entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário sobre a saúde suplementar brasileira. Ele também citou a revisão do marco regulatório, ou seja, da Lei 9656/98, “com mudanças estruturantes em relação a segmentações assistenciais, coberturas e procedimentos garantidos, resseguro e garantias financeiras”.
Preocupado com a judicialização crescente relativa à saúde, o advogado José Toro defendeu que o Estado possui um poder e um dever que necessitam ser usados com parcimônia, sem desprezar o mundo real e as implicações sociais e econômicas decorrentes de sua decisão, “sob pena de, no afã de proteger, trazer maiores malefícios para a sociedade”. Essa mesa foi presidida pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, que é membro do Comitê Executivo do Fonajus.
Panorama
Logo em seguida, o diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da Agência Nacional de Saúde (ANS), Alexandre Fioranelli, e o professor de Direito, Georghio Tomelin falaram sobre o tema “Atualização do rol de procedimentos”. A mesa foi presidida pelo membro do Comitê Executivo do Fonajus, o advogado Luiz Felipe Conde.
O representante da ANS fez um panorama da atuação da agência desde a sua criação, em 2000. Ele lembrou que o órgão regulador tem a finalidade de “garantir cobertura assistencial e criar previsibilidade dos atendimentos mas, para isso, necessita de informações com coleta de dados capazes de gerarem normas”. Alexandre Fioranelli disse ainda que, para alteração do rol de procedimentos, a ANS realiza análises técnicas extenuantes, que passam pela verificação de publicações cientificas, estudo de evidências e quantidades de pacientes envolvidos nas pesquisas.
Dilemas éticos
Os Dilemas Éticos na Judicialização da Saúde no Brasil foram tratados no terceiro e último painel sobre saúde suplementar, que teve a mesa presidida pelo conselheiro do CNJ Marcello Terto. Os palestrantes foram o advogado e doutor em Filosofia pela USP Silvio Serrano, o presidente da Comissão de Bioética da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional São Paulo (OAB-SP), Henderson Furst, e o diretor do Instituto Ética Saúde, Carlos Eduardo Gouvêa, que falou sobre os dilemas éticos da judicialização no país.
Carlos Eduardo expôs a atuação da entidade em que atua. “Temos como missão difundir e consolidar a cultura de ética e da transparência na saúde, para garantir a sustentabilidade do setor e a segurança do paciente”. Entre outras atuações, o órgão tem colaborado na identificação e prevenção de fraudes contra o sistema de saúde suplementar.
Sobre o panorama da judicialização, ele apontou questões como “pouca discussão sobre eficácia e adequação da terapia, concentração de pedidos sobre determinados medicamentos e falta de conhecimento dos magistrados sobre diretivas do Sistema Único de Saúde (SUS)”.
O presidente da mesa lembrou da importância da atuação dos Núcleos de Apoio Técnico do Poder Judiciário (NatJus), mas também enfatizou a importância de fazer valer os parâmetros de integridade que levem em consideração a previsibilidade e a segurança dos sistemas de saúde pública e suplementar, de modo a evitar a judicialização exacerbada no setor. “A despeito da natural limitação da visão sistêmica dos magistrados, a paralisia no arranjo das políticas públicas de saúde nas instâncias legislativas e regulatórias e a má-qualidade dos serviços prestados não podem impedir o acesso à Justiça”, observou.
Texto: Ana Moura
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias
The post Especialistas debatem futuro e dilemas éticos da judicialização na saúde suplementar appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
28 DE NOVEMBRO DE 2023
Toma posse nova Diretoria do Colégio Registral do RS
Tomou posse, na última sexta-feira (24.11) em Porto Alegre, o próximo presidente do Colégio Registral do Rio...
Anoreg RS
28 DE NOVEMBRO DE 2023
Artigo – É possível usucapião de bem de herança por um herdeiro? David Vinicius do Nascimento Maranhão Peixoto
O texto aborda a possibilidade de usucapião para herdeiros que residem em imóveis herdados, discutindo os desafios...
Anoreg RS
28 DE NOVEMBRO DE 2023
Doação do bem de família para filho não é fraude à execução fiscal
A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou que a alienação do imóvel que sirva de...
Portal CNJ
27 DE NOVEMBRO DE 2023
Exposição Cartoons contra a Violência amplia olhar sobre agressões contra mulheres
A campanha Cartoons contra a Violência, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), se materializa com a...
Anoreg RS
27 DE NOVEMBRO DE 2023
Anoreg/RS divulga chapa “Integração” protocolada para concorrer às eleições da diretoria para o biênio 2024/2025
A eleição será realizada na Assembleia Geral Ordinária de Eleições da Anoreg/RS, no dia 12 de dezembro, na...