NOTÍCIAS
29 DE JUNHO DE 2023
Comissões buscam aprimorar tratamento em casos de assédio e discriminação no Judiciário
A troca de experiências entre as Comissões de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual nos tribunais permitiu a construção de sugestões para o fluxo de trabalho desses colegiados, a aplicação de práticas restaurativas nessas situações, o protocolo de acolhimento de vítimas e a capacitação voltada para esses casos.
Entre as oficinas realizadas durante o “I Encontro de Comissões ou Subcomitês de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação no Poder Judiciário”, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na quarta-feira (28/6), também foram propostas alterações à Resolução CNJ n. 351/2020, que instituiu a Política de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação.
Segundo a coordenadora do Comitê de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral e do Assédio Sexual e da Discriminação no Poder Judiciário, conselheira Salise Sanchotene, o resultado das oficinas atendeu às expectativas. “Em cada estado que visitei, ouvi as mesmas demandas e os mesmos problemas. Então, o que queríamos era que as pessoas pudessem conversar, para, por meio dessa troca de vivências, encontrar soluções para situações similares”, afirmou.
A partir das propostas das oficinas, o Comitê Nacional vai estudar as maneiras de agregá-las a cada um dos eixos debatidos. “As sugestões vão aprimorar não apenas a Resolução que norteia as ações dos Comitês, mas também os fluxos de trabalho, os cursos de capacitação e a maneira mais efetiva de acolhimento, oitiva e encaminhamento das vítimas. Temos um material muito rico para trabalhar”, disse a conselheira.
Salise recomendou que os coordenadores das Comissões atualizem seus dados junto ao Comitê Nacional, para que possam receber informações e orientações técnicas. Também destacou que há uma parte temática no Portal de Boas Práticas do CNJ, no qual podem ser inscritos projetos bem-sucedidos. Atualmente já constam três iniciativas publicadas no portal, que podem ser replicadas pelos tribunais.
Desdobramentos práticos
Os participantes destacaram a necessidade de desenhar o fluxo de trabalho a partir das peculiaridades de cada ramo da Justiça. A princípio, as Comissões já atendem uma linha geral de trabalho que se preocupa em ser sensível às necessidades das pessoas que as procuram, mas é relevante que sejam explicitadas as diretrizes do cuidado com a vítima.
Uma das propostas é que seja disponibilizado material sintético e pedagógico sobre a Justiça restaurativa, além de oferecer a formação de facilitadores. Para os participantes, os casos que envolvem assédio tratam de casos de vitimização complexos, exigindo uma capacitação maior do facilitador que vai conduzir o processo restaurativo, sob pena de gerar revitimizações.
Atualização da Resolução
Uma das propostas para o aprimoramento da Resolução CNJ n. 351/2020 é a atualização do conceito de assédio moral, em que não se exija uma reincidência, mas que a realização do feito já seja considerada assédio desde a primeira vez. Além disso, o grupo que debateu a questão sugeriu que seja definida uma estrutura administrativa mínima para o funcionamento de cada Comissão, para que possam atuar de maneira plena.
Já o processo de acolhimento pode ser mais bem desenvolvido se houver uma multiplicidade de canais de denúncia, tanto virtuais, quanto físicos. Destacaram a importância da linguagem utilizada na comunicação verbal e escrita, com decoro, respeito, mas também de forma clara. Para os participantes, também é importante que a Comissão tenha respostas para os questionamentos da vítima, de forma que ela saia com a orientação necessária, além da devolutiva de como o caso se desenrolou e seus resultados.
Capacitação
Quanto à formatação de um curso de formação, foram analisados eixos relacionados às normas nacionais e internacionais; formas de discriminação; prevenção, ambiente de trabalho e saúde; e os procedimentos e fluxos relacionados ao enfrentamento e prevenção à discriminação. A ideia é que a proposta possa facilitar o trabalho do Judiciário, observando a igualdade e o respeito.
Mais de 200 presidentes das comissões ou subcomitês de prevenção e enfrentamento do assédio moral, do assédio sexual e da discriminação, além de magistrados, magistradas, servidores e servidoras participaram presencialmente ou remotamente pelo YouTube do CNJ dos debates e das oficinas que trataram de temas como discriminação e formas violentas de tratamento no trabalho.
Texto: Lenir Camimura
Edição: Jônathas Seixas
Agência CNJ de Notícias
The post Comissões buscam aprimorar tratamento em casos de assédio e discriminação no Judiciário appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
29 DE JUNHO DE 2023
Tribunal do DF ouve população em situação de rua para elaboração de cartilha
A juíza Luciana Yuki, coordenadora da Política Nacional Judicial de Atenção a Pessoas em Situação de Rua do...
Portal CNJ
29 DE JUNHO DE 2023
Justiça Rápida Itinerante faz 90 audiências nos primeiros quatro dias no Vale do Guaporé (RO)
Aos 70 anos de idade, Paulo Oro não casou com a companheira de décadas. Apesar da união antiga, dos oito filhos e...
Portal CNJ
29 DE JUNHO DE 2023
SP recebe Ação Nacional de Identificação Civil e Documentação de pessoas presas
A Ação Nacional de Identificação Civil e Documentação Civil de pessoas presas do Conselho Nacional de Justiça...
Portal CNJ
29 DE JUNHO DE 2023
Judicialização da saúde: Justiça do Amazonas lança cartilha sobre serviços do NatJus
O Núcleo de Apoio Técnico do Judiciário do Tribunal de Justiça do Amazonas (NatJus/TJAM) divulgou a cartilha...
Portal CNJ
28 DE JUNHO DE 2023
Prazo para responder ao 2º Censo do Poder Judiciário termina nesta sexta-feira (30/6)
O último dia para a participação no 2º Censo do Poder Judiciário é esta sexta-feira (30/6). O levantamento,...