NOTÍCIAS
16 DE AGOSTO DE 2023
Articulação viabiliza famílias acolhedoras por meio do Fundo para a Infância e Adolescência
Com o desafio de reduzir a institucionalização de crianças e adolescentes no Brasil e avançar no Serviço de Família Acolhedora, a Justiça, o Ministério Público e a Defensoria Pública vêm conseguindo, em conjunto com os Executivos locais, encontrar saídas orçamentárias. No último painel do 2º Encontro do Sistema de Justiça, intitulado “Estratégias de apoio à implantação de acolhimento em família acolhedora”, foram apresentadas três experiências exitosas, construídas por meio da articulação entre instituições.
Diante das mais de 30 mil crianças institucionalizadas no país e nem 2 mil acolhidas em famílias, a juíza titular da Vara da Infância e Juventude de Ponta Grossa, Noeli Reback, defendeu que, independentemente da competência do Executivo, os integrantes do Sistema de Justiça busquem soluções locais para o acolhimento.
A magistrada, que é diretora executiva da Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e Juventude (Abraminj), recordou que muitos prefeitos desconhecem a possibilidade de recorrer aos recursos do Fundo para a Infância e Adolescência (FIA), vinculado aos Conselhos Municipais e Estaduais dos Direitos da Criança e do Adolescente e por eles gerido.
Por meio da disseminação deste conhecimento e do diálogo interinstitucional, o Paraná tem obtido êxito na expansão do programa. Quando as ações iniciaram, em 2017, o estado contava com 310 serviços de acolhimento para crianças e adolescentes, dos quais 95% eram institucionalizados e 5% eram familiares. Atualmente, o acolhimento familiar já responde por 17% do total.
O promotor da Infância e Juventude do Ministério Público do Estado do Tocantins (MPTO) Sidney Fiori Junior também enfatizou a importância da difusão do conhecimento sobre as possibilidades de financiamento, uma vez que os recursos da política de assistência social não ultrapassam 1% do orçamento.
Entre os caminhos apontados, ele relatou a experiência tocantinense de formação de consórcios intermunicipais entre prefeituras de municípios pequenos, com o objetivo de compartilhamento dos custos das equipes de assistência social.
Já a promotora de Justiça da Infância e Juventude do Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA), auxiliar da coordenação do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente (CAOCA) e gerente do projeto institucional Tecendo o Amanhã, Márcia Rabelo Sandes, descreveu a experiência baiana.
Segundo ela, o objetivo de qualificar os esforços dos operadores de Justiça para a redução da institucionalização de crianças e adolescentes teve o caminho aberto por um ato conjunto entre a Corregedoria e a Procuradoria locais, o qual conferiu prioridade ao assunto.
Por meio da cooperação com a entidade Aldeias Infantis SOS, 28 municípios foram capacitados para atuarem no programa de família acolhedora, fazendo com que o número de serviços de acolhimento passasse de três para 41 no estado.
Divulgação e guia
Presente no encerramento do evento, realizado pelo conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Richard Pae Kim, a deputada federal (PT-DF) Erika Kokay destacou a importância de ocorrer a mudança da “cultura brasileira de realizar a institucionalização”.
A parlamentar, que é autora de projeto de lei que visa à divulgação do programa Família Acolhedora, instituindo a data nacional do acolhimento familiar, acrescentou que o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente já prevê a necessidade de preservação das relações familiares. Segundo ela, entre os benefícios do acolhimento familiar estão o favorecimento de vínculos com a comunidade e do desenvolvimento cognitivo das crianças.
Durante o evento, foi apresentado, ainda, o Guia do Acolhimento Familiar, composto por seis cadernos temáticos que proporcionam uma compreensão ampla sobre o que é o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora. O guia pode ser acessado por meio do link www.familiaacolhedora.org.br.
Texto: Mariana Mainenti
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias
The post Articulação viabiliza famílias acolhedoras por meio do Fundo para a Infância e Adolescência appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
29 DE AGOSTO DE 2023
XLVIII Encontro dos Oficiais de Registro de Imóveis do Brasil e XXXV Encuentro del Comité Latinoamericano de Consulta Registral: José de Arimatéia Barbosa convida todos para participarem dos eventos!
Encontros serão realizados simultaneamente entre os dias 09 e 13 de outubro no Rio de Janeiro. O Vice-Presidente do...
Anoreg RS
29 DE AGOSTO DE 2023
STJ: cabe penhora de bem de família para quitar aluguel entre ex-cônjuges
Uma mulher que pretendia vender o imóvel que possui com o ex-marido, onde morava sozinha, e receber 50% do valor da...
Anoreg RS
29 DE AGOSTO DE 2023
Artigo – Imposto de herança e doação e a necessidade do planejamento sucessório – Por Frederico Binato e Tancredo Aguiar
O Brasil está prestes a passar por uma grande mudança no âmbito tributário, pois a reforma que está em...
Anoreg RS
29 DE AGOSTO DE 2023
FGTS de cônjuge serve para quitar financiamento anterior ao casamento
Em sentença, magistrada considerou que uso do FGTS privilegia direito à moradia. Mulher poderá utilizar o FGTS do...
Anoreg RS
29 DE AGOSTO DE 2023
Artigo – Provimento 146 do CNJ: A partilha de bens na união estável e a eventual necessidade de escritura pública – Por Vitor Frederico Kümpel e Victor Volpe Fogolin
O provimento 146 do CNJ, de 26 de junho de 2023, esclareceu, de forma acertada, os limites do termo de dissolução...